8.6.07

merece

minha dor é minha
são rios frios brumas de mergulho
olhos vermelhos de cor
saudades fatais novamente
vida inteira espelhos falam alto
rigores extremos
tolas tentativas frouxas
ato falso
coração novamente

serei medido pelo cérebro não adianta fingir

astro nobel de química musiquinhas minhas

para que me revele gelatinosa


para que derrape,

ou capote na porta de casa

na hora da chave tal


volto qual mim só:


"no one here

I'm the pacific ocean

and the dry hawaii,

I'm poisoned sting

and nothing my soul

nothing the skin"

homem de lata bruxa do norte totó sem dorotí

invadi o terreno mijado por cães, eu quase lati

exêntrico tia gordo monstro mestiço e tonto na foto


além de falar,uivo para as luas de dia

natureza delas

amor vi em ti, nas madrugadas mudas de nós

sonho acordado e desmaio de sono

certo que virás
tudo bem eu demoro
sangramos serenos rimos incomodados
passamos a frente dos orixás
fábula de logo mais
esgoto reservo
como se adiantasse algo
levito ainda mais leve a cada tombo
arranho joelhos
jogo remédio respiro fundo:
fortalecido
amargo um pouco
gritante amigo
fraquezas e carnes
pecados vitaminas
santidades implacáveis
nada interessa
tudo que quero é por os pés
n'agua fria do rio
respirar correto sem técnicas de yoga
quebrar cristais de baixo cantante
fundar uma ong
para as quengas da cantiga
fantasia nua e crua
cavalo carroça correntes da ilusão
algas d'último Akira
com olhos bem cerrados
então entendi:
não tem missão
senão vida
os dedos enrrugam
os espelhos não mentem
dores saudades
noites rios vontades
passam, são breves
toda alegria minha.