minha dor é minha
são rios frios brumas de mergulho
olhos vermelhos de cor
saudades fatais novamente
vida inteira espelhos falam alto
rigores extremos
tolas tentativas frouxas
ato falso
coração novamente
serei medido pelo cérebro não adianta fingir
astro nobel de química musiquinhas minhas
para que me revele gelatinosa
para que derrape,
ou capote na porta de casa
na hora da chave tal
volto qual mim só:
"no one here
I'm the pacific ocean
and the dry hawaii,
I'm poisoned sting
and nothing my soul
nothing the skin"
homem de lata bruxa do norte totó sem dorotí
invadi o terreno mijado por cães, eu quase lati
exêntrico tia gordo monstro mestiço e tonto na foto
além de falar,uivo para as luas de dia
natureza delas
amor vi em ti, nas madrugadas mudas de nós
sonho acordado e desmaio de sono
certo que virás
tudo bem eu demoro
sangramos serenos rimos incomodados
passamos a frente dos orixás
fábula de logo mais
esgoto reservo
como se adiantasse algo
levito ainda mais leve a cada tombo
arranho joelhos
jogo remédio respiro fundo:
fortalecido
amargo um pouco
gritante amigo
fraquezas e carnes
pecados vitaminas
santidades implacáveis
nada interessa
tudo que quero é por os pés
n'agua fria do rio
respirar correto sem técnicas de yoga
quebrar cristais de baixo cantante
fundar uma ong
para as quengas da cantiga
fantasia nua e crua
cavalo carroça correntes da ilusão
algas d'último Akira
com olhos bem cerrados
então entendi:
não tem missão
senão vida
os dedos enrrugam
os espelhos não mentem
dores saudades
noites rios vontades
passam, são breves
toda alegria minha.